segunda-feira, 20 de julho de 2009
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estreia
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estréia
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E começa mais um dia...
O sol já não deseja mais,
ele apenas se levanta...
O vento, esse não se acostuma,
gosta de brincar com o que esbarra por ele...
E segue com tanta vontade, às vezes,
que chega a cansar...
Ao meio-dia, sol alto no céu,
sustentando os ninhos, e alimentando a natureza.
E o vento?
O vento está manso, buscando aquecer-se
sem se deixar morrer.
É esse um começo de dia,
É sim um retrato da vida.
Natureza morta?
Não há.
....
A minha dança é nua e descabida
não cabe no corpo, na vida, no solo
Chega a partir a alma, de tão descabida
Vem açoitar o vento, quebrar a gema.
...
Quando encontrei este espelho, que és tu
cobri o rosto
com as gotas que vertiam dos meus olhos
e procurei brincar de rir quando caíam
Pude ver através do rosto, que era teu
- tal qual espada atravessada.
E senti vontade de partir de mim e morar aí...
Aí onde tu me olhas, com calma e me acenas,
Aí de onde ris, quando me encontras,
Aí em ti.
...
Ainda vão
Dois passarinhos
Colados, juntos
Voam pro ninho
São só amor –
Dois passarinhos.
E chegam perto
E vêm juntinhos
Muito se querem
Fazem amor –
Dois passarinhos.
E ela se deixa
E com carinho
Ele copula
Vai lá mansinho
E findo o ato –
Dois passarinhos.
E se vão eles
Outros caminhos
Se afastam logo
Sem um beijinho
E somem sós –
Dois passarinhos.
E tão distante
Assim sozinho
Um algo o pega
Redemoinho
E parte um –
Um passarinho.
Ela, sem sorte
Encontra o espinho
Seu sangue corre
É como vinho
E parte outro –
Um passarinho.