Edivaldo

quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Era teimosa, ah, se era! E sempre tinha uma resposta... ou vinha cheia de perguntas... Mas que saudade... Saudade daquele sorriso abrindo o dia e de quando cantarolava pela casa e meu humor mudava.
Encrenqueira! Nossa! E como! Brigava, chiava... até que ficasse tudo do “jeito certo”, do jeito dela, claro! Mas, e quando vinha serena e doce, braços mansos e abertos pra me receber? Ah! Bom até de lembrar...
E dá uma saudade de ouvir aquela voz, sentir o perfume de quando não usava perfume algum! De buscar aquele olhar que me provocava e inventava sempre uma surpresa, brincava de ser meu.
É bem verdade que hoje não estou sozinho. Sempre vem uma ou outra, faz charme do seu jeitinho, mas ainda assim falta tanto dela em mim! Falta é mesmo ela, cujos olhos já não sei por quem choram, nem por onde andam.
Vez ou outra, sinto uma vontade tão indecente e louca de procurá-la, mas sempre fui contra qualquer desatino, que não posso me perder, nem me humilhar. Por isso mesmo nos perdemos um do outro, pois sempre me faltou até coragem para desatinar.
Se fosse hoje aquele dia da partida, não a deixaria ir...
E faz já tanto tempo, que nem nossos nomes se cruzam mais.
Mulher com rosto de menina marota, travessa, mimada, meio ingênua, meio safada, de dar vontade mesmo de mimar.
Não sou de ouvir canções, acho todas meio cretinas, essas de amor. Mas agora ouço uma canção das preferidas dela, do Vinícius e, sem querer, canto junto, baixinho:

E por falar em saudade
Onde anda você
Onde andam seus olhos
Que a gente não vê
Onde anda este corpo
Que me deixou morto
De tanto prazer
Hoje eu saio na noite vazia
Numa boemia, sem razão de ser
Nesses mesmos lugares
Que apesar dos pesares
Me trazem você...

Foi... foi... foi-se. Ainda está aqui, mas como fosse nada, pois só vive nesse meu penoso imaginar. Nem lhe posso tocar a mão num dia como este, de sol, dia quase tão perfeito não fosse a falta dela.